Cotas raciais na SPFW?

Gracie Carvalho

De acordo com a matéria de Paulo Sampaio, da Folha de S.Paulo de hoje (12/04), a promotora Déborah Kelly Affonso quer cota para negros em desfiles. "O inquérito da Promotoria tem como ponto de partida reportagens publicadas pela Folha em janeiro de 2008. Naquela temporada, apenas oito dos 344 modelos que desfilaram eram negros -2,3% do total", diz a reportagem do caderno Cotidiano.

A promotora já se reuniu com Paulo Borges, idealizador da São Paulo Fashion Week, Eli Hadid, da agência Mega, Hélder Dias de Araújo, dono de uma agência de modelos negros, e os estilistas Lino Villaventura e Alexandre Herchcovitch.

A reportagem ouviu os dois donos de agência de modelos e os estilistas Alexandre Herchcovitch e Gloria Coelho. Para ela, segundo a estilista Glória Coelho "a cota pode interferir na obra do estilista". "Nosso trabalho é arte, algo que tem de dar emoção para o nosso grupo, para as pessoas que se identificam com a gente", diz. Para Glória, "na Fashion Week já tem muito negro costurando, fazendo modelagem, muitos com mãos de ouro, fazendo coisas lindas, tem negros assistentes, vendedoras, por que têm de estar na passarela?"

Já Herchcovitch disse na entrevista que "pra mim, isso (cota) não é problema. Nunca excluí modelo por causa de cor", diz. Ele não acha que a cota pode interferir na obra do estilista. "Quando se escolhe o modelo, a roupa já está criada. Isso é o mais importante".

Leia a matéria na íntegra aqui (para assinantes UOL ou Folha de S.Paulo).

Já nos Estados Unidos...

Morando há três meses em Nova York, a modelo Gracie Carvalho diz que "acho que cheguei em um momento bom: ouvi dizer que, com o Barack Obama no poder, os negros estão na moda por aqui".