60 anos depois...

Você pode até nunca ter colocado os pés em Londrina, mas certamente já ouviu falar do FILO. Se não ouviu, saiba agora: o Festival Internacional de Londrina anualmente traz à cidade uma variedade imensa de espetáculos nacionais e internacionais, fazendo da "pequena Londres" uma das principais referências culturais do sul do Brasil. Londrina tem apenas 70 anos. O FILO tem 40. Fácil entender porque ninguém se conformava com a inexistência de um Teatro Municipal. As campanhas pela causa se iniciaram em 1946...

Sessenta anos depois, parece que as preces foram ouvidas. Foi apresentado hoje à tarde o projeto vencedor do Concurso Público Nacional de Arquitetura para a tão aguardada obra, que teve 102 concorrentes de todo o Brasil, a grande maioria de São Paulo. É de lá o vencedor, Tiago Neves, que encantou a comissão julgadora pela integração do prédio com a cidade e, sobretudo, pela valorização do espaço de convívio social. "Além do teatro, foi criada uma grande praça de lazer para a cidade", obervou a arquiteta Mirna Lobo, integrante da Comissão Julgadora, juntamente com mais três arquitetos brasileiros e um argentino.

Visão da área de convívio do Teatro

O Teatro será construído em uma área de 15 mil m2, próxima ao Marco Zero da fundação da cidade, perto do terminal rodoviário. Terá três salas de espetáculo: a maior, com palco tipo italiano e fosso de orquestra com 1.200 lugares; uma sala média com palco italiano com 400 lugares; e uma sala multifuncional para espetáculos experimentais com capacidade para 300 lugares. Farão parte do complexo mais cinco salas didáticas para comportar diversas atividades como ensaios, práticas artísticas e pedagógicas, além de outros espaços comerciais, como bares e livrarias.

O concurso foi promovido pela prefeitura de Londrina e organizado pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB). O próximo passo é buscar recursos, junto ao governo federal, para a construção do prédio. O prefeito parecia bem otimista. E o povo ligado à cultura estava entusiasmado. "É uma conquista que dependeu do trabalho de muitas gerações de artistas, público, empresários e intelectuais até chegarmos a esse momento", disse a idealizadora do FILO, Nitis Jacon, torcendo para que, dessa vez, o sonho saia do papel.