Lição de estilo
A revista Elle de abril traz uma daquelas matérias de auto-ajuda fashion - no melhor dos sentidos - super útil para esses novos tempos de democracia na moda. Sim, porque hoje todas as tendências são acessíveis: o mesmo item que está na vitrine da poderosa grife pode ser comprado em lojas de departamento e, no final das contas, o que vai fazer a diferença é o toque pessoal de cada um. Porque nada pior do que se olhar no espelho e só ver a cópia fiel do look que estava no manequim...
Não é nada difícil imaginar porque isso acontece com frequência. Ainda que tenhamos nossas preferências - o que acreditamos ser o nosso estilo - a cada seis meses somos bombardeados com novas imagens de moda - muitas vezes totalmente diferentes daquelas que estão nos nossos guarda-roupas. Mais volume, menos comprimento, outras proporções... e as peças que caíam tão bem em mim agora não valem mais. A confusão está instalada: devo me render à nova silhueta (correndo o risco de "perder" o meu estilo) ou manter a anterior, ignorando os apelos da moda em nome da minha personalidade?
É claro que a resposta está longe desses dois polos antagônicos da questão, afinal, trocar totalmente de guarda-roupa duas vezes por ano é só para os muito ricos e pouco inteligentes, porque descartável deve ser apenas a idéia de moda e não todas as peças que estão no seu armário. O que isso quer dizer? Que basta aprender a misturar os elementos para ter resultados diferentes. Mas, é claro, os tais elementos precisam ter a ver, verdadeiramente, com você. Saber escolhê-los, portanto, é um dos pontos cruciais da questão. Mas, antes de sair para as compras, responda rápido: você se conhece de fato?
Se você respondeu sem titubear, certamente vai saber o que estará fazendo ao entrar na loja; caso contrário, é bem provável que se dê conta dos equívocos cometidos antes mesmo de pagar a fatura do cartão de crédito. "Conquistar o autoconhecimento - seja pelo reflexo no espelho, seja no divã da psicanálise - não é tarefa fácil. Funciona como exercício diário, algo que se cultiva e - principalmente - muda a cada capítulo da nossa biografia", escreve a equipe de jornalistas da Elle antes de enumerar os 10 passos para ter estilo próprio.
Entre todas as ótimas dicas dadas por estilistas superbacanas que a revista entrevistou, a que mais me chamou a atenção foi a de Adriana Barra. Ela sugere montar um mural, caderno ou pastinha com imagens que instintivamente nos atraiam.
"Cole tudo: ilustrações, pinturas, esculturas, fotos de moda antigas, looks de passarela, fotos de atrizes vestidas como você gostaria de se vestir, a fachada de uma casa, uma cadeira assinada, a capa de um CD, um carro que você gostaria de ter, um anúncio de moda. A pesquisa vai delinear claramente qual o seu gosto e ser uma fonte eterna de consulta para cores, produções, modelagens. Eterna, mas não imutável. À medida que o tempo passa e você adiciona novas imagens, percebe como o seu gosto vai mudando naturalmente. E isso ajuda a refinar o seu estilo".
Eu já comecei a fazer o meu mural... além de útil, é uma deliciosa terapia.
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