Série fashion - parte 3
Descendente de um grupo de Cianorte com know how de 30 anos no setor têxtil, a Pura Mania tem uma história que ilustra muito bem a construção de identidade de marca. Antigamente, a empresa da família produzia jeans em grande quantidade somente em esquema de facção, abastecendo marcas nacionais e internacionais. No início dos anos 90, a parceria com a americana Levi`s exigiu investimentos que elevaram o nível industrial e os custos do negócio, como a implantação de uma moderna lavanderia, hoje considerada uma das maiores da América Latina.
A desvalorização do dólar diante do real, no primeiro mandado do então presidente FHC, acabou inviabilizando a parceria, até então extremamente lucrativa para os americanos. Para escoar a produção, minimizar os custos da indústria e livrar-se da relação de dependência a que o esquema de facção estava submetido, a saída foi criar uma marca própria, vendendo jeans com a mesma qualidade das marcas de elite a preços mais baixos. Tirar os intermediários do caminho, passando o produto diretamente da indústria para o consumidor, era a solução mais óbvia para conquistar autonomia empresarial.
Surgia assim a Pura Mania, cuja primeira loja foi aberta em Maringá, em 1997. No ano seguinte, a sede administrativa da empresa mudou para Londrina, em função da melhor logística para a entrega de mercadorias. Em 24 horas, os produtos chegam aos principais pontos de venda da marca. São cerca de 40 lojas próprias e franquias. E mais de mil pontos de venda em todo o Brasil, com show rooms em todos os Estados. A meta, segundo o proprietário Cheble Nabhan Filho, é instalar uma loja para cada 100 mil habitantes. Não poderia ser diferente, já que o desejo de expansão está traduzido no logotipo da marca: a estrela de quatro pontas, inspirada no desejo do patriarca Cheble Nabhan de crescer para os quatro cantos do país.
As duas unidades fabris (em Londrina e Cianorte) somam 30 mil metros quadrados e contam com 1900 funcionários que trabalham a todo vapor para colocar nas lojas quatro coleções anuais com 600 itens cada uma. Desse montante, 40% correspondem ao jeans e 60% aos demais itens das linhas feminina e masculina, incluindo acessórios. Os constantes investimentos em mídia nacional – 3% a 4% do faturamento anual da empresa segundo Cheble – garantem a visibilidade necessária à grife, que nas últimas temporadas vem apostando em modelos e fotógrafos de renome para estrelar seus catálogos.
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